Marcos Paiva
São Paulo
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MP6 - Arte & Sons
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CHOROSO - Marcos Paiva Trio
Em seu terceiro disco de carreira, o músico coloca de maneira inédita o contrabaixo dentro do universo do choro e, ao misturar o tradicional ritmo brasileiro ao jazz, apresenta um álbum singular, de sonoridade pulsante e forte.
Construir uma música improvisada baseada nas inflexões melódicas e rítmicas da cultura brasileira, mas que pudesse se abrir para harmonias jazzísticas e para um conceito mais universal. Esse foi o ponto de partida do projeto Choroso, novo trabalho do contrabaixista e compositor Marcos Paiva.
Por trazer em sua história o diálogo constante com outros sotaques musicais – como polca e lundu no seu nascimento, e mais maxixe, mazurca, marcha, tango, valsa, samba, dentre tantos outros –, o choro se apresentou como a manifestação musical brasileira mais adequada para essa abertura estética.
Após estudar por mais de seis anos o gênero e optar por uma formação bastante inusitada para o choro – composta por contrabaixo acústico, bateria e saxofone –, o musico chegou a uma sonoridade mais limpa, em que o contrabaixo ganha espaço para também se tornar protagonista. Em um movimento inédito, o contrabaixo assume o papel do violão de 7 cordas, enquanto a bateria de Bruno Tessele e o saxofone de César Roversi se aproximam do pandeiro e do clarinete, lembrando a tradição do choro, mas também dando lugar a novas possibilidades para o gênero. As composições e nos arranjos criados para o disco transformam cada instrumento do trio, ora em solista, ora em acompanhante, mostrando, assim, a enorme gama de sonoridades inesperadas desses instrumentos e também a profundidade conquistada em performance e em cumplicidade pelo trio.
Para inserir o contrabaixo na roda de choro, criando uma nova linguagem para o seu instrumento, Marcos Paiva foi beber nos contrapontos melódicos de Pixinguinha - principalmente nas gravações memoráveis ao lado do flautista Benedito Lacerda. A partir dessa experiência, passou a desenvolver no contrabaixo suas próprias “baixarias”, como ficaram conhecidos esses mesmos contrapontos no violão.
Com o CD Choroso, o contrabaixista confirma o que vinha buscando desde o início de seus estudos: que existe um caminho generoso e promissor na mistura do choro com outras linguagens abertas e improvisadas. Segundo o crítico de música, Carlos Calado, que assina o encarte do álbum, “poucas vezes se ouviu, na história da música instrumental brasileira, choros soarem tão naturalmente jazzísticos. Ou, por outro lado, em raras ocasiões o jazz se aproximou de maneira tão íntima da linguagem do choro”.