O Grupo ANIMA nasceu no Brasil há vinte e cinco anos como resultado de reflexões sobre a interpretação musical e a memória musical brasileiras. A estrutura inicial do grupo teve como base o movimento de música antiga cujos princípios interpretativos norteiam até hoje o grupo, e foram ampliados e transformados através das múltiplas formações pelas quais passou, desde então.
Os espetáculos do ANIMA são o resultado de trabalho de pesquisa de interpretação baseado na música de comunidades não letradas, afastadas de centros urbanos no Brasil e na música da Idade Média e do renascimento europeus. O constante diálogo tecido pelo ANIMA entre a etnomusicologia, a musicologia histórica, a hermenêutica e o teatro contemporâneos, leva ao palco um roteiro musical onde se faz presente o tempo não linear, encarando o momento da apresentação e o palco como um espaço-tempo ritualizado, próprio para a realização musical em um sentido pleno. Sobre o palco a Idade Média e a Renascença européias encontram-se na música da tradição oral brasileira não urbana, ambas atualizadas nos arranjos musicais construídos pelos intérpretes e também propostos por integrantes do Grupo e convidados. O repertório é estruturado e alinhavado a partir de uma temática central em uma intersecção espaço-tempo-instrumentos, através de uma linguagem camerística onde está presente sobre o palco um diálogo constante entre passado e presente, cultura popular e cultura erudita.
Realizou o registro de seu trabalho também nos CD´s: “Espiral do Tempo”, vencedor do Prêmio Movimento de Música Popular Brasileira – ano 1997 – na categoria melhor CD instrumental e do Prêmio APCA – Associação Paulista dos Críticos de Arte – na categoria melhor grupo de música de câmara, ano 1998; no ano de 1999, dentro das comemorações de 500 Anos do Descobrimento do Brasil, gravou e dirigiu o CD “Teatro do Descobrimento”, com concepção e direção da cantora Anna Maria Kieffer; “Especiarias”, vencedor do V Prêmio Carlos Gomes de música erudita, concedido pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, na categoria melhor grupo de música de câmara, ano 2000; “Amares”, no ano 2003; e CD e DVD “Espelho”, anos 2006 – 2008, patrocínio PETROBRAS.
Realiza turnês, apresentações e oficinas freqüentemente em salas e festivais direcionados à música de câmara, tanto no Brasil quanto no exterior: Milão, Regensburg-Alemanha, Feldkirchen-Áustria, St. Ambroix en Cevennes, Luxemburgo, Weimar, Winterthur, New York, Los Angeles, Washington D.C, Dallas, Santa Barbara, St. Louis, Portland, Miami, Ashville, Philadelphia, Calgary, Bogotá, La Paz, Santa Cruz de la Sierra, Sucre, Buenos Aires, Cordoba, Montevideo, Asunción, dentre outras.
ANIMA, após vinte e cinco anos de trabalho, gerou formas de ação emblemáticas de sua linguagem:
- sobre o eixo comum das intersecções entre cultura popular e cultura erudita, música antiga e música contemporânea, mundo letrado e oralidade, todos os seus trabalhos são realizados através da colaboração artística entre os músicos para a elaboração e construção coletiva dos arranjos musicais e do desenvolvimento da temática dramático-musical, que permeiam toda a pesquisa e interpretação do repertório.
Integrantes:
Marlui Miranda – canto, arranjos, flautas indígenas brasileiras, percussão e pesquisa
Silvia Ricardino – harpa de trovador, pesquisa e arranjos
Paulo Dias – percussão, cravo, organeto, pesquisa e arranjos
Gisela Nogueira – viola de arame, pesquisa e arranjos
Luiz Fiaminghi – rabecas brasileiras, pesquisa, arranjos, direção executiva e produção
Valeria Bittar – flautas-doce históricas, flautas indígenas brasileiras, pesquisa, arranjos, direção executiva e produção.
Cecília Arellano - canto (participação especial)
Grupo Anima’s tracks
published on
published on
published on
published on
published on
published on
published on
published on
published on
published on